Reprodução arte do aluno Frankilson Ribeiro

No dia dez de dezembro próximo passado, comemoraram-se os setenta e seis anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é importante lembrar que os governos, juntamente com os seus povos, se comprometeram em tomar medidas contínuas para garantir o reconhecimento e efetivo cumprimento dos direitos humanos, anunciados na Declaração.

Tendo sido inspiração para a Constituição Federal de 1988, na medida em que apontava para o compromisso com os direitos humanos à vida, à liberdade, à segurança pessoal, à saúde, à educação, à moradia, à participação na vida cultural, dentre outros, os trinta artigos da DUDH foram reforçados.

Para comemorar o jubileu dos 70 anos da Declaração a Organização das Nações Unidas – ONU, no Brasil, promoveu concurso público entre as escolas de Ensino Fundamental e Médio. Os estudantes deveriam responder à pergunta “Que mundo queremos nos 70 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos?”. A resposta poderia ser expressa em redação ou artes visuais.

Alunos do país inteiro enviaram as suas contribuições, mas o destaque pela intensidade da participação de professores e alunos coube ao Centro de Educação Científica (CEC) que é um dos centros vocacionais do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), em Caxias. Os alunos Mainã, 12 anos, melhor Arte Visual – Ensino Fundamental, recebeu certificado e Frankilson, 14 anos e Mágila, 15 anos, receberam menções honrosas na mesma categoria.

Segundo o site da Onu Brasil (veja aqui)  Mainã defendeu a igualdade de direitos da população LGBTI. Para ela, “ninguém deve ser discriminado apenas por ter uma orientação sexual ou identidade de gênero diferente da norma”.

No mesmo pôster do site há a afirmação que Frankilson que se destaca na escola pelos desenhos e caricaturas, percebeu que na sua cidade nem todos os lugares estavam adaptados a cadeirantes. Por isso, ele enviou à ONU uma arte sobre a importância da acessibilidade e da inclusão de pessoas com deficiência.

Observo que a juventude, digo, a geração Mainã, Frankilson e Mágila compreendem os direitos humanos de uma forma maiúscula, abrangente, superior.

Por esta e outras constatações não entro em conflito quando escuto, fazendo parte do diálogo de profissionais advogados, comunicadores, apresentadores, jornalistas, professores, pedreiros, médicos, etc. dizendo que esse “tal de direitos humanos só servem para proteger bandido”. Ao fazerem essa afirmação, essas pessoas me decepcionam ao revelarem tamanho desconhecimento do que realmente são os Direitos Humanos e o porquê de sua defesa. Uma vez não sabendo exatamente o que é a DUDH, talvez esses mesmos profissionais apresentem total desconhecimento da DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS EMERGENTES - assunto para o próximo pôster.

Ainda há tempo para reformular conceitos, fazendo novos estudos, ampliando conhecimentos. O debate com novos saberes é salutar, promove novas relações inter e intrapessoais.

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Liduina Tavares – membra efetiva da Academia Bacabalense de Letras, cadeira nº 11.