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Bacabal,14/03/2025

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Júnior Pacífico de Paula

As guerras são necessárias?

Guernica - Pablo Picasso
As guerras são necessárias?

Todos os dias, os noticiários dos meios de comunicação, retratam as atrocidades das guerras, principalmente na Ucrânia e na Faixa de Gaza e incrédulos, assistimos cenas terríveis de crueldade, notavelmente o assassinato de mulheres e crianças inocentes e nos perguntamos até onde vai a bestialidade humana.

O homem é um ser eminentemente bélico, ao longo de toda história conhecida, sempre esteve envolvido em conflitos, desde o tempo que habitava as cavernas. Se for pinçado qualquer período da história da humanidade, haverá pelo menos vinte conflitos bélicos, em algum lugar deste planeta, principalmente na África (berço da humanidade), onde existem conflitos tribais, alguns já duram dezenas de anos. EM 2024, foram identificados 92 confrontos ao redor do mundo.

O célebre filósofo e escritor israelense, Yuval Noah Harari, autor de diversos best sellers, dentre eles, “Sapiens – Uma Breve História da Humanidade”, onde diz que o homem tem três grandes temores: a fome, a peste e as guerras, esta última, as guerras, nos acompanham por toda a existência humana, no tempo das cavernas os grupos de hominídeos lutavam na disputa dos melhores locais para a caça, para lhes garantir a sobrevivência. Atualmente, os motivos são outros pois além da terra, existem questões políticas e econômicas.

É bastante interessante se conhecer as inovações cientificas que surgiram nas guerras, movidas pelas necessidades prementes e urgentes de se obter uma vitória, o decorrer das guerras sempre foi identificado como um período de incrível criatividade científica.

Como exemplo, vamos citar algumas descobertas notáveis que surgiram durante estes conflitos, principalmente na Segunda Guerra Mundial, tente imaginar nosso mundo Hodierno, sem os seguintes itens: computador, laser, macarrão instantâneo, leite condensado, forno microondas, produção em massa de antibióticos, controle de trafego aéreo, GPS, serviços de ambulância, internet, zíper, rádio sem fio, radar, controle remoto, alarmes de fogo, porta aviões, aço inox, horário de verão, calça feminina, penicilina, vacinas contra a gripe, motores à jato, transfusão de plasma sanguíneo, submarinos, soro fisiológico e muitos outros, é importante uma reflexão de como seria a vida cotidiana sem estas descobertas.

O historiador e arqueólogo inglês Ian Morris, pregava que as guerras tem uma série de aspectos positivos, em primeiro lugar, têm-se o controle das populações e do avanço científico recorrente aos conflitos, além de aumentar a esperança média de vida dos sobreviventes e na forma como influencia a ocupação de territórios de forma mais harmônica e organizada. Segundo o mesmo, a população da Europa atualmente de 450 milhões de habitantes seria pelo menos 50% maior, se não houvesse eclodido a Primeira e a Segunda Guerra Mundiais, seriam, portanto, os europeus 50% mais pobres.

Em 1945, foi fundada a ONU (Organização das Nações Unidas), quando os países vencedores da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), se reuniram para criar um organismo para trabalhar pela paz e pelo desenvolvimento, infelizmente hoje, esta organização pouco tem feito para dirimir os conflitos no mundo, onde a ânsia de poder e riquezas, falam sempre mais alto.

Será que é da natureza humana gerar conflitos? Está no nosso DNA sermos beligerantes? Ao longo da história, desde nossos primórdios, quando o homem ainda morava em cavernas, quando éramos apenas caçadores e coletadores de frutos, sementes e raízes para nossa alimentação, já existiam conflitos por disputas de territórios, como se percebe analisando as gravuras rupestres de algumas cavernas, parece que o homem não mudou, visto que, a maioria das guerras atuais são pela mesma disputa de territórios.

Existe ainda outro elemento perverso, a indústria armamentista, que lucra bilhões de dólares com todos esses conflitos, em 2023 os gastos militares do mundo totalizam 2,3 trilhões de dólares ao ano, o equivalente ao PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, que é a décima maior economia do mundo, o impressionante é que segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) com o aporte de 260 bilhões de dólares ao ano, em 15 anos, eliminaríamos a fome no mundo e atualmente gastamos dez vezes mais em guerras.

No livro “A Arte da Guerra”, o estrategista militar chinês Sun Tzu, já dizia “se queres a paz, prepare-se para a guerra".  

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Júnior Pacífico de Paula  é Engenheiro, Empresário e Ambientalista.

Guernica, é uma das obras mais famosas de Pablo Picasso (1881–1973), pintada a óleo em 1937, é uma “declaração de guerra contra a guerra e um manifesto contra a violência”.O preto, cinza, branco e tons azulados foram as cores utilizadas pelo artista, que servem para intensificar a sensação de drama causada pelo bombardeio.

A cidade de Guernica, no País Basco (norte), foi bombardeada em 26 de abril de 1937 por aviões da Legião Condor, da Alemanha nazista, país aliado do ditador Francisco Franco. Estima-se que 31 toneladas de bombas incendiárias e explosivas tenham sido lançadas sobre a população ao longo de quatro horas. O objetivo era justamente devastar essa região basca. Segundo informa o El País.




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