O reconhecimento do filme Ainda Estou Aqui com o Oscar de Melhor Filme Internacional não é apenas um feito histórico para o cinema nacional, mas também uma oportunidade de impulsionar investimentos na cultura e no audiovisual brasileiro.

A decisão da Prefeitura do Rio de Janeiro de desapropriar a casa onde o longa foi gravado para transformá-la em um espaço dedicado ao cinema brasileiro sinaliza um caminho promissor: valorizar nossas produções e incentivar o desenvolvimento da sétima arte no país.

Historicamente, a cultura enfrenta desafios estruturais no Brasil, com oscilações no apoio governamental e dificuldades de financiamento. No entanto, o sucesso de uma produção nacional em um dos prêmios mais prestigiados do mundo demonstra o potencial da indústria cinematográfica brasileira e a necessidade de investimentos mais robustos.

Incentivos fiscais, fomento a novos talentos e infraestrutura adequada podem consolidar o país como um polo de produção audiovisual, gerando empregos e fortalecendo a identidade nacional.

O investimento público na cultura e no cinema não se limita ao entretenimento. A arte tem um papel fundamental na educação, na formação de pensamento crítico e na construção da identidade de um povo.

Quando o Estado apoia a cultura, contribui para um país mais desenvolvido intelectualmente, com cidadãos mais conscientes e uma sociedade mais rica em diversidade e expressão. O Oscar conquistado pelo Brasil deve ser visto como um ponto de partida para que o poder público e a iniciativa privada enxerguem a cultura como um motor de progresso e transformação social.

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Rogério Alves é Advogado.