Seja bem-vindo
Bacabal,05/02/2025

  • A +
  • A -

Liduina Tavares

Água potável de qualidade: qual o X da questão?


Água potável de qualidade: qual o X da questão?

Em Em Bacabal a questão água potável está na oferta, na quantidade, na qualidade ou na gestão da água? O que você, leitor, acha de tudo isso?

O que impede a oferta de água potável de qualidade, em Bacabal? Vamos enumerar algumas possíveis causas, sem descartar outras tantas:

1.O sistema de distribuição é antigo, de ferro e solda. Nesses casos, possivelmente, libera estanho, ferro, cromo.

2. A provável falta de manutenção e de limpeza periódica na tubulação. Essa situação, em casos de tubulações antigas, pode ocasionar o acúmulo de lodo, podendo apresentar matéria orgânica decomposta.

3. Possível presença de heterotróficos, coliformes totais e termotolerantes na análise microbiológica da água.

4. Possibilidade de Unidade Nefilométrica de Turbidez de valor menor que 0,5 e maior que 1 de turbidez e ferro contidos na análise física da água.

5. Alegação do poder público que é alto o custo dos produtos para limpeza do sistema e para substituição e manutenção das tubulações.

6. Desequilíbrio do PH tolerável para potabilidade (alcalinidade, dureza, matéria orgânica).

7. Perda na ligação em torno de 59,1 l/lig./dia, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), bem como perda na distribuição no percentual de 10,28.

De acordo com o SNIS, a água chega a 79,45 da população total de Bacabal, logo, podemos deduzir que cerca de 20,55 dos bacabalenses ainda não tem a oferta pública desse bem vital.

Mais do que não ofertar para todos, tem-se a oferta de água sem a qualidade adequada ao consumo humano e doméstico. Essa situação tem levado a maioria dos consumidores a acrescentarem despesa ao orçamento financeiro das famílias com a obrigatória aquisição de água mineral comercial.

Uma família composta de quatro membros consome pelo menos 2,8 galões de 20 litros de água por semana, se considerarmos a média recomendada de 2 litros/dia/pessoa, somente para beber. Agora, imaginemos o custo que pode vir a ser se a aquisição de água mineral for também para cozinhar e banhar!

A água que chega às torneiras das casas dos bacabalenses é tão suja que não se deve usar para preparar alimentação e quando se usa para o banho causa coceira no corpo e irritação no couro cabeludo. Dado o volume de impurezas, o seu uso em máquinas de lavar roupas vem ocasionando prejuízos, mas também em tanquinhos, em caixas de descarga, etc, etc.

A nossa cidade está no território maranhense cujas características naturais são promissoras de armazenamento de água suficiente para garantir o abastecimento de uma população do tamanho de Bacabal, em quantidade e qualidade. O fluxo que abastece grande parte da cidade é do curso de água da bacia hidrográfica do Rio Mearim.

Além das águas superficiais utilizadas para o abastecimento, outra parte da cidade, tanto urbana quanto rural, é abastecida por cerca de 137 poços de natureza pública e, pelo menos, 7 poços de natureza privada, como consta no Relatório Diagnóstico do Município de Bacabal.

Apesar da fartura fluvipluviométrica, moradores da querida Bacabal reclamam da falta total ou escassez temporária de água potável. Enquanto uns lamentam não terem água nas torneiras, outros reclamam que a água que chega às suas casas é suja, imprópria para o consumo e a caracterizam como “suco de tamarindo” pela cor; “lama de esgoto” dado o odor fétido adicionado à cor mais escura.

O que todos os consumidores relatam afirmativamente é que a conta mensal é pontual e o custo por metro cúbico de água fornecido pela autarquia SAAE*, em Bacabal, é o mais caro da região. Sobre esse dado, no Mapa Saneamento Brasil 2021, consta que, dos males o menor, a tarifa média de água é 2,86 R$/m³, sendo menor que o que é praticado pelo estado e pelo país.

Ora, todos os gestores sabem o quanto a população clama por água potável em quantidade e na qualidade devida e mesmo tendo um relatório antigo, passam-se anos após anos e pouco ou quase nada é feito para melhorar a qualidade no abastecimento e na oferta de tão precioso e vital bem público a todos os seres vivos animados ate os seres vivos inanimados.

Não é de se estranhar que desde o ano de 2013 aos dias atuais, prefeitos e vereadores no plantão trabalham pela privatização, primeiro sucateiam ou deixam sucatear e logo expõem à venda bens públicos. A sociedade tem sido imbatível não permitindo a venda da autarquia ou o que dizem as más línguas que o valor de cem mil reais ofertados para algumas figuras do poder não foram suficientes para baterem o martelo? Só um questionamento, nada de confusão!

Afinal, água pura, cristalina, potável é possível ser garantida pelo poder público municipal? Eu afirmo que sim. Qual a opinião do(a) leitor(a)?

* A água consumida na cidade de Bacabal é distribuída pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE, autarquia municipal que atende 21.827 domicílios através de uma central de abastecimento, (IBGE, 2010).

_____________________________________________________

Liduina Tavares é mulher, esposa, mãe, professora da rede pública estadual aposentada, membra fundadora da Academia Bacabalense de Letras, pedagoga, especialista em fé e política, assessora de educação da Gerencia Regional de Bacabal (2000/2001), coordenadora do programa de correção de fluxo do Maranhão na GDH (2002/2003), ex-secretária de educação (2006/2008), vereadora de Bacabal (2009/2012).



COMENTÁRIOS

LEIA TAMBÉM

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.