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Bacabal,11/02/2025

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Povoado Mata Fome e sua ancestralidade negra e quilombola


Povoado Mata Fome e sua ancestralidade negra e quilombola Flagrante do Festival do Peixe realizado em 2024

O Dia internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro, foi instituído pela Unesco e pela Onu-Mulheres, como forma de fomentar o papel de mulheres e meninas na ciência.

A Unesco destaca em seu site: “Este Dia é uma oportunidade para promover, de forma plena e igualitária, o acesso à ciência e a participação de mulheres e meninas nessa área. A igualdade de gênero é uma prioridade global da UNESCO, e o apoio a jovens meninas, sua formação e suas habilidades plenas para fazer com que suas ideias sejam ouvidas impulsionam o desenvolvimento e a paz.”

Segundo a UNESCO, a porcentagem média global de pesquisadoras é de 33,3%, e apenas 35% de todos os estudantes das áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês), são mulheres. 

O destaque hoje dentro desse contexto é para a historiadora Jucilane de Sousa Carlos, radicada em Bacabal e que pesquisa sobre a ancestralidade negra e quilombola. Na semana passada a revista GeoUECE publicou um artigo de sua autoria, com o Prof. Dr. Luis Fernando da Silva Laroque sobre o povoado Mata Fome em Bacabal. 


Em uma pesquisa profunda e envolvente, os autores, Profª Me. Jucilane de Sousa Carlos , do Instituto Federal do Maranhão (IFMA Campus Bacabal), e o Prof. Dr. Luís Fernando da Silva Laroque, da Universidade Vale do Taquari (UNIVATES, Lajeado, RS), apresentam o povoado Mata Fome, localizado na área rural de Bacabal (MA). O artigo descreve a trajetória afrodiaspórica, através de histórias de resistência e reterritorialização e a representação da memória na militância negra para a permanência e autorreconhecimento territorial no século XX.

O povoado Mata Fome, cujo nome é associado a uma fruta local e ao rico ecossistema do Rio Bambu, representa um espaço de vida, trabalho e cultura para os afrodescendentes que ali se estabeleceram. Contudo, essas memórias enfrentam o apagamento histórico em decorrência do racismo estrutural.

A partir de metodologias como a pesquisa etnográfica e entrevistas com moradores locais, os pesquisadores registraram essas memórias. Os relatos demonstram como esse grupamento étnico, foi fragmentado por conflitos fundiários e dinâmicas de exclusão social, destacando a força das mulheres na resistência e a importância da memória coletiva para reconstruir identidades.

A articulação das Memórias em Ato de Resistência

No povoado Mata Fome, a migração da ancestralidade da população negra tem origem em territórios do estado e foi motivada por conflitos fundiários. A territorialidade dessas gerações é representada no tradicional festival do peixe, no extrativismo e nas práticas agrícolas. Os significados dessa identidade estão diluídos nas estratégias de resistência cultural e territorial.

A pesquisa realizada pelos autores e com fomento da Fapema aponta para a urgência do reconhecimento dessas histórias na academia e em outras esferas da sociedade. Além disso, evidencia como o racismo estrutural ainda molda as relações sociais no Maranhão, estado com o segundo maior percentual da população negra do Brasil.

O artigo é um registro valioso da história afro-brasileira e uma ferramenta essencial para instrumentalizar a aplicação de políticas públicas especificas para a população negra e quilombola.

Você pode baixar o artigo completo clicando aqui. 

Fotos do Festival do Peixe, realizado no povoado Mata fome. 


Comunidade reunida no festival do peixe em 2024, no Lago do Mata Fome. A escola U.E.F. Assunção Cutrim, participou do evento apresentando a produção de cartazes sobre a fauna e a flora do povoado. Na última foto vemos quilombolas do Campo Redondo, que participaram do evento. 




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